Um fim de semana na Chapada dos Guimarães – MT
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Chapada

Há exatos 16 anos, pousei meus olhos pela primeira vez nos paredões e nas escarpas da Chapada dos Guimarães. Naquele momento meu olhar tinha a curiosidade ardente de um coração geólogo que estava em formação – foi apaixonante.

Dessa vez, meus olhos, agora mais calmos e talvez um pouco mais sábios, ainda preservavam a mesma curiosidade sobre aquelas rochas e aquele céu vermelhos, mas agora buscavam companhia.
Olhar para um lugar duas ou mais vezes não significa ver as mesmas coisas todas as vezes, pelo contrário – se soubermos ver, veremos sempre novidades! Por isso me senti tão empolgada ao rever a Chapada e seus arenitos 🙂 

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A cidade da Chapada dos Guimarães fica a cerca de 60 km da capital do estado do Mato Grosso, Cuiabá. O acesso é feito pela rodovia MT-305, a partir de Cuiabá. Uma excelente opção para fins de semana devido a facilidade de chegar e com uma riqueza de atrações de encher os olhos – cachoeiras, mirantes, cavernas, trilhas em meio ao cerrado e um geoparque para colocar na sua lista.

Há alguns milhões de anos, essas rochas que hoje estão expostas na Chapada, formavam-se no fundo de um oceano raso sendo depositadas numa bacia sedimentar. Ali ficou depositado o conteúdo fossilífero que hoje é atração turística na Chapada. A história geológica da região é bastante intensa e divertida – foram duas transgressões marinhas, uma desertificação, episódios de vulcanismo e algumas movimentações tectônicas. Desculpem a empolgação, prometo me controlar daqui pra frente!!

Fomos convidados pela Natália Gastão e pela Casa da Quineira para, junto com mais cinco blogs de viagem, participarmos do #ChapadaBlog – um fim de semana para conhecer e divulgar as belezas da Chapada dos Guimarães.

Saímos de Brasília, numa tarde de sexta-feira e 29 graus. Uma hora e meia depois de voo, mais uma hora de fuso horário, desembarcamos numa Cuiabá de 36 graus no fim da tarde! Nosso transfer já nos aguardava e dali seguimos direto para a Chapada, numa viagem de carro que levou cerca de 1h para chegar – pegamos um pouco de trânsito na saída da cidade, mas um pôr-do-sol que nos deixou maravilhados.

Chegamos na pousada Casa da Quineira bastante curiosos para saber como seriam nossos dias ali e quem seriam nossos companheiros de viagem. Depois de nos instalarmos e nos empolgarmos com os mimos deixados para nós, fomos nos juntar ao grupo para o jantar. Já nessa noite, a Chapada nos presenteava com seus encantos – uma lua cheia laranja surgia no meio da mata!

No sábado pela manhã, depois do café e de muito protetor solar para o dia, conhecemos nossa querida guia, a Manoela.

Manu Laurindo foi nossa guia durante os passeios da Chapada. Essa moça falante e curiosa, de tantas histórias e de muitos amores pela cidade, foi a cereja do bolo durante esses dias! Super alegre e entusiasmada, ela fez de todos os passeios momentos muito divertidos.

Chapada dos Guimarães

Pela manhã, nosso roteiro incluía visita aos mirantes da Chapada. Começamos pelo Mirante do Centro Geodésico – a diversão ficou por conta dos mais corajosos que sentavam na ponta da pedra e posavam para fotos 🙂 Aqui é considerado o ponto que fica exatamente a meia distância entre os oceanos Atlântico e Pacífico (por isso chamado de centro geodésico!). Em dias claros e sem a fumaça das queimadas no horizonte, é possível avistar Cuiabá ao longe. Na volta ao estacionamento, pausa merecida para água de coco no truck de apoio que fica por ali.

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Seguimos para o Mirante Morro dos Ventos – hoje, o acesso é feito passando por dentro de um condomínio. Há uma guarita de controle na entrada, onde é preciso pagar R$20 por carro. Ao final da via, chegamos ao estacionamento do restaurante homônimo. A estrutura é muito boa. Para a vista, temos duas passarelas para observação. E que vista!! Paredões, planície, e até uma cachoeirinha tímida caindo na imensidão.

Chapada

 

Não ficamos para o almoço e dali seguimos para a Ponta do Campestre. O acesso a esse mirante é feito por dentro da propriedade do restaurante/pousada Atmã – que, aliás, é lindo, vale a pena se programar para um almoço por aqui – chega-se de carro até o início da trilha que desce a encosta. A gente desceu apenas alguns metros, até a Ponta do Campestre – dali é possível seguir por uma trilha conhecida como “trilha do caixão”. Ficamos alguns momentos até a luz clarear os paredões e brilhar nas fotos. Que lugar lindo! Daqui também é possível avistar a cidade de Cuiabá quando o horizonte está claro – fica a apenas 30 km em linha reta.

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A tarde prometia – o destino seria a Cidade de Pedra. Estrada de terra e areia e os 25km até lá ficaram um pouco mais longos! Mas, olha, nada vai conseguir explicar a emoção daquele lugar – com certeza, uma das vistas e das paisagens mais lindas que já vimos na vida <3

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Fizemos uma pequena trilha com várias paradas para fotos, admiração e em um determinado momento fomos encantados com a passagem de duas araras sobrevoando o vale. Começava a entardecer, o sol descia e o espetáculo começava mais uma vez!! Não ficamos até ele se pôr porque o local fecha às 17h. Mas ainda assim, tivemos a oportunidade de presenciar um belíssimo cair da tarde.

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E depois de uma noite de bate-papo, piscina, luau e violão, o domingo chegou e era hora de sair cedo para conseguirmos curtir as cachoeiras da Chapada.

A primeira cachoeira foi nada mais nada menos que o cartão-postal do lugar, a Cachoeira Véu de Noiva. Tudo bem, aqui não tivemos o prazer das águas para refrescar o corpo do calorão, mas a paisagem compensou em beleza e a queda da cachoeira é impressionante. A trilha ao mirante da cachoeira Véu de Noiva é muito tranquila, o acesso é feito pela entrada da sede do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães e é gratuita. Para quem vem com crianças ou pessoas com dificuldade de locomoção é possível descer de carro até um ponto mais próximo do mirante.

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Era chegado o momento de cair nas águas da Chapada – fomos levados para conhecer uma cachoeira particular, tida como uma das favoritas dos moradores de Chapada, a Cachoeira da Geladeira. O merecido banho de cachoeira foi nosso grande presente. Depois de uma trilha no meio da mata, entrar nas águas geladas foi a cura para o calor e um refresco para a alma!! Uma delícia, dessas delícias que o cerrado tem 😉

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Voltamos encantados, empolgados e muito felizes de termos passado momentos tão gostosos ao lado de pessoas tão queridas e em um lugar tão escandalosamente fascinante. Voltaremos muitas e muitas vezes, nos aguardem!

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  • Dicas Úteis para a Chapada dos Guimarães

1. Guia Manoela Laurindo – (65) 8155-3338 / 9943-5651 manulaurindo@gmail.com

2. Hospedagem na Chapada dos Guimarães – recomendamos a pousada Casa da Quineira 😉

3. Parque Nacional da Chapada dos Guimarães – informe-se sobre as atrações e quais os locais que você deve estar acompanhado de um guia.

4. Para saber mais sobre a geologia e o projeto do geoparque Chapada dos Guimarães, clique aqui.

 

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