Bike, Brasília e poesia – Rota Ver de Perto do Experimente Brasília
por às 1:02

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As manhãs de domingo no Eixão do Lazer de Brasília já não são mais as mesmas. As ruas foram invadidas pelas nuvenzinhas – mas não pense que essas nuvens atrapalham o nosso escandaloso céu azul :mrgreen:

E num domingo lindo desses, tivemos o prazer de conhecer a novidade de turismo em Brasília do Experimente Brasília, que já virou sensação dos domingos brasilienses – a #Rota Verde Perto.

Se você ainda não conhece o Experimente Brasília, entra no site da empresa para conhecer melhor a proposta de experiências que eles oferecem para a gente descobrir Brasília de um jeito completamente diferente, proporcionando experiências turísticas fora do roteiro tradicional da cidade. Já tivemos a chance de conhecer a #Rota StreetArt e a #Rota SuperQuadra a convite deles.”

O objetivo da #Rota Verde Perto é conhecer um pouco sobre as plantas da cidade sonhada por Lucio Costa. Nesta experiência percorremos a maior avenida da cidade, o eixão, para interagir, ouvir histórias, ver de perto e tocar ipês, sucupiras, paus-ferros, angicos e tantas outras árvores que fazem parte da paisagem afetiva de Brasília, nossa cidade-jardim. Aprendemos mais sobre sua floração, frutificação e reprodução. Uma pequena aula de botânica ao ar livre. 

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Antes que você pense que essa experiência é um simples passeio de bike – ou de camelo, como falamos por aqui – o Verde Perto tem uma proposta inovadora e que vai além do pedal. Juntar-se ao grupo nessa viagem significa aderir a uma experiência poética entre as árvores da cidade-parque. E quem nos leva nessa #rota inusitada é ninguém menos que Nicolas Behr, o poeta queridinho de Brasília.

Nicolas Behr é de Mato Grosso, veio jovem para a cidade modernista, cresceu brasiliense e como mesmo define: Brasília é sua obsessão poética. Poeta desde sempre e um fiel observador das árvores da cidade, Nicolas aprendeu muito sobre elas e nesta experiência compartilha esse conhecimento com você e sua paixão explícita por Brasília.

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Nosso ponto de encontro é na altura da 214 norte, atrás do posto de gasolina, onde o stand da equipe do Experimente Brasília nos aguarda com as bikes, muitos sorrisos e disposição.

A preparação começa com capacetes e ajustes dos bancos das nuvenzinhas. Ainda tímidos nas perguntas, ouvimos a apresentação do nosso guia e, curiosos, olhamos atentamente as primeiras árvores que Nicolas começa a apontar para nós.

 

Tudo pronto, subimos nas nuvens e demos início a essa manhã deliciosa de descobertas. Na primeira tesourinha à frente, uma parada para verificar os ipês – pena que eles já não estavam mais floridos! Mesmo assim, foi emocionante aprender a distinguir pelas folhas e características de tronco os diversos tipos de ipês (agora posso contar pra todo mundo durante o ano inteiro que aquela árvore no retorno é um ipê amarelo e a outra ao lado é um ipê rosa! #nerd).

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Dali, avistamos uma copa frondosa e, curiosos, já queríamos saber do que se tratava. Pau ferro, ficamos sabendo que são aquelas árvores de tronco branco, a frondosa que estávamos curiosos era uma prima da sibipiruna… ou era o guapuruvu?

Dúvida nenhuma ficou sobre as sapucais. Que coisa deslumbrante aquelas folhas roxas e flores tão delicadas!

Teve jamelão, ou se você preferir o jeito feio de falar, jambolão 😉 Muitos outros ipês, detalhes das floradas de sibipiruna…

 

Pedalando mais um pouco, chegamos na sombra de uma frondosa sucupira. Descemos da bike e era hora de um descanso. Toalhas xadrezes foram abertas na grama, nos acomodamos por ali, e teve início um sarau poético. As poesias, claro, eram de Behr, de um livro de poesias escrito para as árvores 🙂 Fomos nos empolgando e cada um leu e recitou poesias para o grupo. Conversamos muito, tiramos dúvidas e aprendemos um bocado sobre a dendrofilia. Nicolas dividiu conosco suas histórias e paixões brasilienses e recheou ainda mais nossa manhã.

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E como é do feitio das meninas do Experimente, era hora para uns mimos – castanha de baru e água de coco. Experimentando o cerrado no paladar também!

 

E quando pensamos que chegou ao fim, fomos surpreendidos com um momento lúdico criativo – a cara e a marca de Brasília – desenhar de giz a nossa própria árvore no eixão! Vários rabiscos tomado forma e voilà, tínhamos nossa própria obra, era hora de abraçar nossa árvore e simbolicamente finalizar esse passeio cultural.

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Ao retornar ao nosso ponto de partida, fomos presenteados com o livro de poesias de Nicolas Behr e ali mesmo tivemos nossa seção particular de autógrafos!

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E vai por mim – na altura da 115 norte é o point dos food trucks no domingo. Que tal já ficar para o almoço e prestigiar mais das atrações brasilienses?

Fica nossa dica de mais um passeio turístico criativo e muito divertido para se fazer em Brasília, esteja você a passeio ou seja você um morador. Vale muito a pena!

  • Serviço – Bike, Brasília e Poesia

Rota Ver.de Perto Brasília – www.ExperimenteBrasilia.com.br

Aos domingos – 9h

Valor – R$85, estão inclusos os equipamentos de segurança e seguro contra acidentes.

Importante – é preciso fazer reserva com antecedência.

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* Outras Rotas que o Ensaios já Experimentou

1. Rota StreetArt

2. Rota SuperQuadra

**Sobre as nuvenzinhas

As nuvenzinhas são as bicicletas com DNA candango. Foram criadas no fim anos 1970 pelo Zé do Pedal, uma figura da história de Brasília, morador de Sobradinho. Zé do Pedal montou uma bicicleta a partir de uma Monark Monareta Gemini 69, que na época era chamada de “quadro fino” pois o tubo do quadro era mais fino que o das Monaretas 79/80. A modificação se dava utilizando uma coroa de 56 dentes, pedais tipo “picolé”, freio contra-pedal “Favorit” e o banco da Caloi 10, que era estrategicamente acrescido de um olho-de-gato da motocicleta Yamaha RD 350 afixado na parte de trás. O guidão e a mesa eram da Caloi Berlinetinha 70/71 e os aros de alumínio vinham da Caloi Fórmula-C , que só saíram na versão 73. A princípio marginalizadas, posteriormente adquiriram um status de “cult” e atualmente podem ser vistas de forma discreta nas ruas, no Parque da Cidade, no Eixão ou na paralela das quadras, compondo a paisagem candanga em meio ao concreto e ao cerrado da capital, resistindo ao tempo e se afirmando como um genuíno patrimônio brasiliense. Fonte: Clay Lopes,Tulio DFC, Internet, Malucos da paralela da quadra.

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